quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

O prometido é devido - Capítulo Final - A FONTE e a PROVA


12 DESTAQUE
PÚBLICO· SEXTA-FEIRA, 9 FEV 2007
REFERENDO SOBRE DESPENALEZAÇÃO

Obviamente voto Sim

Sou católico.
Sou a favor da vida. Sou contra o aborto.
Mas voto "sim" à despenaliza­ção da interrupção voluntária da gravidez, desde que realizada até às dez semanas, por opção da mulher e em estabelecimento de saúde legalmente autorizado.
Voto "sim", porque me choca e arrepia o ferrete ignominioso com que são social­mente estigmatizadas as mulheres que, contra sua vontade, têm de recorrer ao aborto feito à socapa.
Voto "sim", porque sou contra a humilha­ção, o vexame e a defenestração da mulher que subjazem a um ignóbil processo-crime que atenta contra o mais elementar bom senso de protecção da sua dignidade, da sua personalidade e da sua liberdade.
Voto "sim", porque recuso a hipocrisia cúmplice da manutenção do status quo em que sob o manto diáfano e quimérico das inauferíveis políticas públicas do planea­mento familiar, do apoio à maternidade e da educação sexual se pretende perpetuar o aborto clandestino.
ENRICVIVES-RUBIO
A OPINIÃO DE JORGENEfO
Voto "sim", porque sou contra a humilhação, o vexame e a defenestração da mulher que subjazem a um ignóbil processo-crime que atenta contra o mais elementar bom senso de protecção da sua dignidade, da sua personalidade e da sua liberdade
Voto "sim", porque sou contra a dis­criminação negativa das mulheres mais pobres, mais carenciadas e mais vulnerá­veis, incapazes por razões económicas de fazerem um aborto em Espanha e como tal sujeitas à provação infame dos abortos selvagens realizados em vãos de escada.
V oto "sim", porque despenalizar a interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas, nas condições e termos expressos na pergunta objecto do referen­do, traduz o ponto de Arquimedes mais razoável, prudente e avisado entre os dois interesses em conflito, o da grávida e o do nascituro numa fase embrionária da gestação, não esquecendo nunca que os interesses deste só no interior e por inter­médio daquela podem ser satisfeitos.
Voto "sim", porque despenalizar não significa liberalizar, uma vez que a despe­nalização fica condicionada a um prazo e à realização do aborto em estabelecimento de saúde legalmente autorizado.
Voto "sim", porque quero colocar Portugal na rota de convergência com o estado da arte europeu nesta matéria, mandando às urtigas uma penalização caduca, obsoleta e retrógrada.
Militantemente, empenhadamente e ina­pelávelmente, voto "sim" no referendo do próximo dia 11 de Fevereiro. Sem adema­nes. Sem ditirambos. Sem genuflexões.
Sim.
Obviamente .• ADVOGADO. DEPUTADO DO PSD.
MANDATÁRIO DO MOVIMENTO VOTO SIM

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