sábado, 26 de abril de 2008

As filhas de Bragança

Ou como o principal semanário português também sabe praticar o jornalismo de sarjeta. O Expresso, pela mão de Hugo Franco, publica na edição de ontem uma "reportagem"que ofende todas as regras do jornalismo contemporâneo. Começa no título... como é que é possível não perceber que, para os brigantinos, "filhas de Bragança" são as suas próprias filhas, mulheres, mães, irmãs e amigas? Como é possível atribuir um título destes a uma reportagem que se propõe relatar uma caso de prostituição? E porquê insistir em recordar um caso que foi unanimemente considerado mau jornalismo (a célebre capa da TIME, sugerindo que Bragança era o nova Red light district da Europa?!!) E porquê a referência a Bragança, onde o jornalista diz haver uma DEZENA de prostitutas, quando se viver no Porto ou em Lisboa , há probabilidade de haver DUAS dezenas, no seu próprio prédio. E já agora: onde estão os anúncios classificados de prostituição em Bragança? É que a experiência que tenho diz-me que é, hoje, talvez a única cidade onde isso, de facto, NÃO se vê, para o bem e para o mal...não há, não existe. Portanto e em suma, temos numa só reportagem: Demagogia, hipocrisia, insulto velado e mentiras. Não está nada mal... Acresce que estas coisas, depois, sugerem comentários infelizes, muito infelizes mesmo, aos quais nem as mais insuspeitas personalidades conseguem resistir. É o caso de Francisco José Viegas e pode-se confirmar isso mesmo aqui.

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