terça-feira, 19 de agosto de 2008

Um novo partido

Há quem reduza a questão. Atribui-se-lhe a estafada expressão "silly season" e já está, problema resolvido. Sucede que a tontaria é deles próprios e não da estação (que aliás não tem culpa nenhuma). Alberto João Jardim, só vem criar ruído, é certo; a sua intervenção ajuda a diminuir (a reduzir) o fundo de questão. Mas a questão de fundo permanece. Ela aí está e com contornos que são, hoje, iniludíveis. A pergunta que se coloca é: há ou não espaço para um novo partido em Portugal? Do meu ponto de vista há. Por duas razões essenciais. A primeira é que creio ser visível haver na sociedade portuguesa um conjunto significativo de cidadãos que, à direita, não se revêem no panorama que lhes é oferecido. Inoperância e guerras intestinas no PSD e fraca performance de Paulo Portas no CDS. O espectro político-partidário actual não galvaniza esses cidadãos. Votam no menos mau. No fundo, não suportam Sócrates e não se conformam com a péssima prestação de Manuela Ferreira Leite. Votar no CDS é um desperdício.

Se acrescentarmos a possibilidade (eventualidade) de Paulo Portas e Santana Lopes aspirarem a mais do que uma simples nota de rodapé nos compêndios de história: temos os ingredientes necessários à constituição de um novo partido. À direita e assente nos escombros (ainda disfarçáveis) do PSD e do improdutivo CDS.

É claro que Alberto João Jardim, aqui não conta para tabaco. Mas, repito, "silly" é quem não quer ver o fundo da questão e se deixa ludibriar pelos dotes de presdigitador do Presidente da Madeira.

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