terça-feira, 10 de junho de 2008

O Regresso da história e o "problema americano" - II

Este processo gerou, a partir do início dos anos noventa e até aos nossos dias, uma segunda fase de optimismo e de euforia, em que curiosamente a contradição entre ideologia e a realidade se transferiu para os Estados Unidos. Entre muitos outros factores, para tal contribuiu a emergência de um grupo extremamente interessante e utópico de pensadores norte-americanos, agrupados sob o nome vago e impreciso de "neoconservadores", cuja influência viria a estar na base dos desastres internacionais da administração de George W. Bush.
É um grupo curioso formado por intelectuais nova-iorquinos, maioritariamente judeus, e em larga medida, por antigos trotskistas reconvertidos. Se os mais influentes serão provavelmente os Kristol pai e filho, as obras mais interessantes e literariamente mais conseguidas são as de Robert Kagan e Francis Fukuyama.
No seu célebre ensaio de 1992 sobre o fim da história, Fukuyama escreveu: "O que estamos a presenciar não é só o fim da guerra fria, ou o fim de um determinado período da história do pós-guerra, mas o fim da história como tal, ou seja o fim da evolução ideológica da humanidade, e a universalização da democracia liberal ocidental como a forma definitiva do governo da humanidade."

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