sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Paulo Pedroso

Paulo Pedroso vai regressar à Assembleia. Faz bem? Bom, era lá que estava quando o foram buscar. Um tribunal considerou que isso foi um "erro grosseiro". Dizem-me que a sentença que condena o Estado a pagar uma indemnização a Paulo Pedroso está mal fundamentada. Mas também me dizem que este tribunal devia ter em conta o Direito e não Factos. Há um recurso. O que significa que a sentença - esta - não transitou em julgado. O respeito pela presunção implica um exercício de duas vias. Se por um lado não é admissível formular juízos de culpabilidade enquanto a sentença não transitar em julgado, também me parece óbvio que ninguém deve ser considerado ilibado enquanto houver recursos pendentes. Portanto, aqui vale o bem-senso e a consciência de cada um.
Para além de acreditar na inocência de Paulo Pedroso, eu acredito na sua clarividência de espírito. Na capacidade de ouvir, sozinho a sua e só a sua consciência. Em suma, este regresso à Assembleia tem que estar assente na convicção profunda de que não teve nada a ver com questões de pedofilia ou what so ever. Se for apenas uma espécie de vingança, de resposta ao sistema, então é mesquinhez. E mais grave pode vir a dar muitos problemas ao PS na medida em que este regresso ganhou foros de institucionalização política-partidária. Foi Alberto Martins, líder do GP/PS , que fez o anúncio. Ora daqui resulta que este regresso tem significado político. Quer dizer: se um Deputado estiver envolvido num qualquer processo judicial, a resposta política do seu grupo parlamentar é o (tem sido) do levantamento da imunidade. Colocar o Deputado à inteira disposição da justiça. Certo? Bem sei que Paulo Pedroso tem pago um preço elevadíssimo. Sou, aliás dos que acha a indemnização ridícula (o valor). Mas se há recurso pendente...Faço-me entender? Da mesma maneira que um Partido ou Grupo Parlamentar não pode "condenar" quem esteja ao abrigo da presunção de inocência, também não deveria acautelar um comportamento prudente quando as coisas estão ao contrário? Que mal faria esperar mais uns meses?
Mas repito, eu acredito em Paulo Pedroso. No seu discernimento.

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